quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A reflexão

«Já está na hora de ensinar aos alunos o que é dignidade, igualdade e capacidade
potencial. Nos "meus" alunos não há histórias da carochinha: é marrar forte e
feio sem piedade (senão chumbam! - não há cá relatórios poéticos e inúteis,
perfumados, com desenhos e cores bonitas! - depois de um Mestrado na área de
Pedagogia e Supervisão é que me apercebi, ainda melhor, da pouca utilidade das
reflexões não desejadas
. A perspectiva reflexiva é um patamar que o
aluno/profissional adquire com a maturidade! Só aí será proveitosa!), saber e
estar, e desde logo torço o pepino: "os Enfermeiros são profissionais com o
mesmo nível de dignidade de todos os outros - devemos lutar pelas nossas
convicções"! Urge a necessidade de reforma do ensino da Enfermagem. Uma das
primeiras medidas seria varrer com a enorme quantidade de professores
incompetentes que vagueiam pelas Escolas, disponibilizando os lugares para quem,
efectivamente, é capaz e apresenta os critérios pretendidos que, vulgarmente,
são exigidos a um Professor do Ensino Superior.»

Publicado por Doutor Enfermeiro, em http://doutorenfermeiro.blogspot.com/, a 21 de Abril de 2009


14 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a opinião expressada! Tenho pena é que muitas vezes os próprios, ditos "alunos", não tenham maturidade suficiente para serem considerados verdadeiros alunos! Quantas vezes acontece um prof. ser duro, exigir do aluno marranço "forte e feio", exigir postura adequada numa aula (que nem devia exigir, devia sim fazer parte da educação de cada um), e no fim o aluno se volta contra ele, fala mal nas suas costas e o critica, só porque afinal o prof. não anda com os alunos ao "colo"? Muitas vezes!
Para estas coisas o prof. é mau e deve ser "varrido"...
Quando pede para os alunos reflectirem, e só porque os alunos não gostam de reflectir ou até porque nem vêem beneficio disso, tb é mau...
Deixo as seguintes perguntas no ar:
. Qual o professor ideal?
. Será que o problema está mesmo em considerarmos as reflexões de pouca utilidade, ou nem pensámos muito nisso? Dá trabalho (e dá mesmo!) e portanto não gostamos?
Considero também que a dose de reflexões é elevada! Mas se interiorizarmos que reflectir é uma coisa necessária para a nossa vida profissional, talvés não custe tanto fazê-lo! É uma coisa que exige trabalho, e tal como o post diz, exige "maturidade", e eu diria mesmo, exige experiência! Se não formos "obrigados" enquanto alunos a fazê-lo, quando o iremos saber fazer? Quando iremos aprendê-lo a fazê-lo? Também considero que esta aprendizagem se deva fazer ao longo de todo o curso (como me foi exigido a mim) e não apenas no 4.º ano (como deve estar a ser para outros (n sei))!
. Seremos bons na nossa prática sem reflectirmos sobre as nossas vivências?

André disse...

O cerne da questão está mesmo na questão das reflexões não pertinentes.

Todos nós já fizemos diversas reflexões ao longo dos ensinos clínicos - e com muita utilidade.

No documento fornecido em PPEC I acerca do Jornal de Aprendizagem lê-se (pág. 2):

"o jornal de aprendizagem (...) como um método (...) extremamente válido no desenvolvimento de competências de reflexão e análise crítica, nomeadamente nos processos de aprendizagem (...) no ensino clínico dos estudantes das áreas de saúde."

A questão é que não estamos em ensino clínico e portanto, o substrato para reflexão é muito pouco. Reflectir acerca do que já passou? Já reflecti...

Além disso, reflexões como instrumentos de avaliação são sempre condicionados.

Saudações académicas.

anadomingues disse...

"para sermos bons enfermeiros temos que ser, antes de tudo, boas pessoas"...

não é a reflectir sobre a reflexão k tinha feito sobre a reflexão da reflexão reflectida da reflexão da semana anterior que vamos lá.

O doutor enfermeiro tem razão: maturidade é a chave, com a experiência, com o estudo e com o bom senso.

os professores podem ou não ser inspiração para os enfermeiros que queremos ser. O nosso caminho e autónomo.

Agora, 5 ECTS por PPEC?
Isso vale o 1º semestre do meu segundo ano, em k estudei enfermagem cirurgica, médica e relação de ajuda (onde, sim, se reflectia tooooodo o ano)...

este 4º ano já era um desafio para a adaptação a um novo contexto...

mas este plano de estudos, epá, não me venham com cinismos, é IRREAL E PÉSSIMO!

isto é para não termos saudades da faculdade?

Diana disse...

André, não reflectiste, vivênciaste, onde está o autor de referência?

Mete HONORE e WATSON no texto e depois logo se vê se tiveste uma experiência formadora...

Saudações académicas,

Anónimo disse...

Acho que foi deixado claro em sala de aula que o Jornal de Aprendizagem é usado em várias situações, não só em ensino clinico! Se reparares esse excerto foi tirado de uma documento orientador de uma antiga ESE de Lisboa, que usava o Jornal para ensino clinico e não só! Reduzires a aplicação deste instrumento/trabalho só demonstra a limitação do teu pensamento!
E quanto a ser condicionado pelo facto de servir como instrumento de avaliação, quando o fazias em estágio não eras também avaliado pela tua capacidade de reflexão das situações que vivias? É que se não eras, servia para quê? Ai não consideravas ser algo dispensável? Reflectir e depois não ver avaliação é algo muito MAU!

Anónimo disse...

4.ºano: "isto é para não termos saudades da faculdade?"

Bem reflectindo sobre o que disseste... quem não vai ter saudades de ti, decerteza, é a faculdade e o teu próximo (espero) emprego!

André disse...

Ao ANÓNIMO (gostava de te tratar pelo nome mas enfim...) das 22H37M:

Penso que a limitação do teu pensamento não te permitiu compreender o seguinte:

O excerto que utilizei não refere que o jornal de aprendizagem é utilizado exclusivamente nos ensinos clínicos. Mas é sem dúvida, nestes contextos, que este instrumento assume maior relevância.

Quanto ao que perguntas, não, nunca fui avaliado pelas reflexões que fiz. O objectivo delas era para o docente/enfermeiro orientador compreender o meu processo de aprendizagem e dar-me feedback acerca do que se ia passando.

Na minha opinião reflectir e ser avaliado não faz sentido.

Saudações.

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, o mais importante e respeitar as opinioes dos colegas e se tantos colegas concordam com a reflexao, reflictam pela falta de tolerancia e aceitaçao das opinioes dos outros...
Por outro lado, a reflexao é um acto importante na formaçao e desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer um de nós, desde que nao seja desvirtuada com o condicionamento da avaliaçao e da obrigatoriedade... se queremos ser sérios e "académicos", façamos as coisas como deve ser...
É também importante pensar, nas horas disponibilizadas para reflectir, quando muitos colegas nao deram uma IM, nao aspiraram, nem entubaram? Ser melhor enfermeiro é reflectir e nao saber as practicas (talvez reflectir sobre isto?...)... É muito mais facil reflectir do que saber... porque o saber dá responsabilidade, e implica a participaçao na tomada de decisao, algo que o enfermeiro muitas vezes nao tem coragem para fazer, mantendo-se à margem... Se queremos ser tomados em conta pelos outros colegas e pelas pessoas, devemos deter o saber que nos permite pensar, reflectir, discutir, nunca menosprezando a vertente humana, mas nao a sobrevalorizando como forma de fugir as nossas debilidades profissionais!
Deixo mais este comentário com a minha opiniao e espero que, em vez de discutirmos o sexo dos anjos, possamos ter uma atitude mais activa na discussao do futuro do que será a nossa profissao!

Saudações académicas

João disse...

Concordo totalmente com o último comentário! Só demonstra que deve haver flexibidade dos colegas relativamente à mentalidade de cada um, bem como aos processos de reflexão que tanto se fala. A sua obrigatoriedade e avaliação tira-lhe toda a validade, porque se torna algo forçado e não contextualizado.
Quanto às práticas, continuo na minha opinião inicial. Eu sinto-me muito mas muito verde em relação à parte técnica. E hoje em dia bem sabemos como nos avaliam primariamente... Cumprimentos para todos e espero que esta seja sim um espaço de construção e não de ataques "anonimos" sem sentido.

Joana disse...

Boa noite a todos.

Neste momento, compreendo tanto os meus colegas que não concordam com o trabalho desenvolvido em PPEC, como aqueles que dão valor às reflexões realizadas nestas últimas semanas.
Pessoalmente, sinto-me forçada a fazer esta disciplina, porque obriga-me a reflectir sobre conceitos que já foram mais que "escavacados" ao longo do curso. Por outro lado, ,compartilho a opinião do colega que escreveu o comentário de 15 de Outubro às 8:48 relativamente ao saber.

Para mostrarmos à sociedade o valor da nossa profissão temos de demonstrar conhecimentos e aplicá-los da melhor forma assim como divulgar a nossa prática à comunidade em que residimos ou estudamos. Além de mostrar conhecimentos, só com o saber é possível demonstrar a importância da nossa profissão, isto é, o saber dá-nos argumentos fortes e exequíveis que justificam a pertinência da nossa prática no hospital e na comunidade sob os olhos de toda uma comunidade científica. Como é que através de reflexões (filosofia) mostramos aos gestores das instituições de saúde (que pouco ou nada lhes é instruído sobre holismo) que é necessário empregar mais enfermeiros, tendo em conta o défice verificado nos mais diversos contextos? Como justificamos que um enfermeiro pode contribuir e muito para a melhoria dos cuidados de saúde, fazendo o hospital poupar nos custos? O saber tem aqui uma importância inigualável. Deixo-vos aqui com um conceito, talvez estranho, mas que pode em muito contribuir para uma maior valorização da nossa profissão: enfermagem científica.

Peço desculpa se apresento um discurso redutor sob o ponto de vista da pessoa/utente/doente, mas se investirmos mais no saber, são os doentes quem mais ganham :)

Por último, a reflexão é importante, mas a reflexão exagerada pode conduzir a uma utopia não desejável (tal como um dos nossos colegas referiu num comentário anterior).

Saudações académicas

Raquel disse...

Mega apoiada Joana, Assino por baixo!

Graça Ribeiro disse...

"Urge a necessidade de reforma do ensino da Enfermagem. Uma das
primeiras medidas seria varrer com a enorme quantidade de professores
incompetentes que vagueiam pelas Escolas (conhecido(a)s e amigo(a)s do(a)s directore(a)s e afins), disponibilizando os lugares para quem,
efectivamente, é capaz e apresenta os critérios pretendidos que, vulgarmente,
são exigidos a um Professor do Ensino Superior.
Apoiado a 100%!!!!!!

Anónimo disse...

Penso que reflectir sobre as nossas práticas é fundamental, como forma de autoanálise e autocrítica.

Faz sentido em contexto de ensino clínico ou posteriormente no exercício profissional. O que fomos adquirindo ao longo de 3 anos de ensino!

Concerteza que alguém que vai ter que ser entubado, vai gostar que o façamos com eficiência, rapidez e competência técnica e humana... ao invés de o "espicaçarmos" e depois ficarmos a reflectir sobre isso.

Precisamos de professores compentes, motivados e capazes de nos preparar para o exercício profissional! Infelizmente nem sempre é isso que encontramos...
Se nos chumbamos por não atingir-mos objectivos em ensino clínico/contexto de aula... que tal uma avaliação mais VERDADEIRA dos docentes?!
MK

Saudações Académicas

Anónimo disse...

Sem palavras...